O Oeste do Paraná tem uma rica história na sua contextualização, pois a partir do final de 1541, o espanhol Alvar Nunes Cabeza de Vaca, adentrou ao território do Guairá, terra de muitas riquezas (árvores, fauna, rios e terras para o cultivo). Com sua comitiva atravessou o Rio Iguaçu (Foz do Iguaçu), percorreu as margens do Rio Tibagi (Curitiba), atravessou o Rio Ivaí (Maringá), tomando rumo do oeste, transpassando o Rio Piquiri (Umuarama e Assis Cahteaubriand) em dezembro de 1541, retornando ao ponto de partida.
É nesse período que desbravadores passaram pela região e o contato com a natureza, animais e índios deu-se de uma forma harmoniosa. A referida área que compreende o Município de Assis Chateaubriand, na atualidade, está situada no Vale do Rio Piquiri, sendo esta de domínio particular (terras que foram repassadas pelo Governo Imperial, numa área de 219.244 alqueires paulistas, que compreendia desde o Rio Melissa (Município de Nova Aurora) até o Rio Azul (Município de Palotina), tendo como ponto de partida o ano de 1843, mais precisamente dia 10 de julho de 1843, documentada na Freguesia de Nossa Senhora do Belém de Guarapuava, a favor de Francisco Antonio dos Santos. Tal imóvel rural foi denominado “Gleba Santa Cruz” e que após várias transferências, num total de 21, no ano de 1952, iniciou os trabalhos de colonização com Adízio Figueiredo dos Santos, através da Colonizadora União D´Oeste Ltda, onde foi registrado uma área de 90 mil alqueires paulistas no dia 15 de setembro de 1952.
No Governo Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955), as terras foram confiscadas pela União, pois entendiam que eram terras devolutas. Com um Mandato de Segurança, Bento Munhoz da Rocha Neto garantiu a posse das terras.
Após julgamento a favor da Colonizadora, houve uma negociação com o governo de Moisés Lupion (1956-1960), chegando à seguinte resolução: fora devolvido metade das terras para o Governo e a Colonizadora União D´Oeste Ltda ficou com posse definitiva, compreendendo entre o Rio Verde (Município de Jesuítas) e o Rio Azul (Município de Palotina).
De 1952 a 1958, foi dada a denominação de Campo dos Baianos, em homenagem, a José Antonio de Araújo, o popular “Baiano da Foice”, que na época, cuidava do campo de aviação e, também por sua origem nordestina. A primeira estrutura urbana foi criada, pequena e rústica, montada para receber compradores e corretores de terras.
Nesse período, Adízio Figueiredo dos Santos também atribuiu a essa localidade de “Cidade Morena”, devido a vinda de pessoas do norte do país, por sua cor de jambo, morena, bonita e também como se fosse uma ilha étnica de pessoas oriundas do norte e do sul, ou seja, o encontro de duas correntes migratórias.
A Colonizadora Norte do Paraná S.A. começou a desbravar a região Vale do Rio Piquiri, em 28 de setembro de 1958, encontrando terras férteis, consideradas “as melhores do mundo”.
Oscar Martinez foi o fundador da Cidade de Tupãssi, que em Tupi-Guarani significa “Mãe de Deus”. Esse nome originou-se, em 15 de dezembro de 1960, com a compra de uma de suas fazendas, no pantanal do Mato Grosso, que chamava Tupaci, na língua dos índios Kaduwéus (índios cavaleiros).
O Distrito de Tupãssi crescia, tanto no número de habitantes, quanto na agricultura. O Cartório do Registro Civil que existia naquela época registrou em 1962, o nascimento de 81 crianças. O número de registros aumentou para 251 em 1963 e 588 em 1964. Registrou-se também em Tupãssi, em 1962, apenas um casamento. No entanto, em 1963 eram 21; em 1964, 84 e até o dia 1º de setembro de 1965, haviam sido realizados 103 casamentos.
A pedido do Jornalista David Násser, na ocasião em que o embaixador Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, iria se submeter a uma difícil intervenção cirúrgica nos Estados Unidos, mudou o nome Tupãssi para Assis Chateaubriand, em homenagem ao representante dos jornalistas brasileiros, imortalizando assim, o nome desse audaz pioneiro e semeador do progresso.
O Governador Paulo Cruz Pimentel, em solenidade realizada num barracão anexo à Paróquia Nossa Senhora do Carmo no dia 20 de agosto de 1966, criou o Município de Assis Chateaubriand, desmembrado de Toledo, elevando sua sede à categoria de cidade, cuja lei foi sancionada “in loco” (Lei n.° 5.389). Nesse dia esteve presente o embaixador Assis Chateaubriand, que em trecho de seu discurso disse: “A homenagem deveria ser prestada ao bandeirante Raposo Tavares, pois se não fosse ele o Paraná nunca haveria de ser brasileiro”.
No ano de 1983, através de consulta popular, a cidade passou a ter também um Slogan que identifica sua cultura, seus valores, passando a ser chamada de “Morada Amiga”.
Denominações já atribuídas ao Município de Assis Chateaubriand: Campo dos Baianos / Cidade Morena de 1952 a 1958; Tupãssi, de 1958 a 1966; Assis Chateaubriand, a partir de 1966; Morada Amiga (Slogan da Cidade) em 1983.
História de Assis Chateaubriand
Postado por Rodrigo | 16:05 | Assis Chateaubriand, Cidade, História | 1 comentários »
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Faço parte dessa história. Morei nessa cidade de janeiro de 1963 a 2006. É uma pequena grande cidade, e realmente é uma cidade amiga.